reflexos

Estou espantado!!

Na minha hora de almoço, sim porque cá o zé também almoça, estava ligado a um canal de televisão, daqueles que são recebidos por antena e não por fio (vulgo por cabo) e percebi que, definitivamente, o alentejo não é a terra do Pai Natal! Óbvio (pensarão vocemessês)!!. Mas não é assim tão óbvio (escrevo eu e passo a explicar)!!. Este ente que, durante todo o ano passa completamente despercebido e que, no mês de Dezembro, nos assalta a mente já que, não se fala de outra coisa, não se pensa em outra coisa, não se vê outra coisa podia habitar em qualquer parte do mundo não é? Então porque não aqui? Se não reparem: passaria certamente despercebido, raramente se falaria da sua terra, e ainda, não é esta uma áreas geográficas que mais necessita de presentes, de benesses, de atenção? Não será o nosso Alentejo um “menino” à espera de receber um presente? Mas retomando o início da história estava eu a olhar para o prato e a ouvir o som proveniente do televisor quando surge uma notícia que me deixou com um fio de esparguete ao canto da boca! (como um mendigo que espera que lhe abram a porta para pedir uma esmola!): "Na terra do Pai Natal não existe neve..." Pensei logo para comigo: Agora é que a porca está nas couves, agora é que o mundo passou a ser plano. Então tu não queres ver que o pai natal se mudou para as Neves ou para a Trindade ou para um outro canto recôndito deste nosso imenso Alentejo? Na volta na próxima Ovibeja lá está ele com uma barraquinha a vender presentes a baixo preço???
Mas não, percebi que não e que tudo isto não passara do fruto da minha imaginação... que pena... tinha tanta coisa para lhe pedir se ele cá vivesse... Querem exemplos do que eu lhe pedia? Pedia o nosso Cine-teatro pronto a ter uma programação cultural de qualidade, ou seja, com as obras acabadas(e o pai natal respondia-me: tem calma que as coisas se resolvem a seu tempo! Um dia talvez...), pedia que, quando se organizassem espectáculos culturais as pessoas fossem assistir, justificando a actividade cultural e o incremento da mesma na nossa cidade... (e o pai natal respondia certamente: Tem calma que as coisas resolvem-se! Um dia talvez...) pedia para que os estudantes do ensino superior desta cidade honrassem o seu nome, sendo assim respeitados pelos seus actos (e o pai natal respondia certamente: Tem calma que as coisas resolvem-se! Um dia talvez...), pedia ... pedia... pedia tanta coisa. Mas para quê? O Pai Natal NÃO nasceu no Alentejo nem cá vive e a avaliar pelas confusões que, desde sempre, aconteceram na terra onde nasceu o Menino Jesus (outra figura natalícia) penso: Ainda bem que o magano não mora cá. Por outro lado para quê pedir-lhes coisas se ele vai inventar desculpas esfarrapadas? Para isso, já temos as pessoas que mandam no país. Com o Pai Natal apenas existiria uma diferença, é que, mesmo dando desculpas esfarrapadas, pelo menos não exigiria que pagássemos impostos para tapar buracos e erros cometidos por pessoas que, supostamente, gerem o nosso país democraticamente!