Ele há espectáculos e espectáculos
Quase sempre, as grandes coisas são descritas, quando isso é possível, com poucas palavras. É desta forma que vou abordar o espectáculo que acabei de ver na Casa da Cultura de Beja. "Modas à Margem do Tempo" abordam a música tradicional alentejana de forma sublime. Não vou tentar explicar-vos o que vi e ouvi pois é completamente impossível fazê-lo de forma a que entendam. Não porque pudesse incorrer no risco de não usar os termos mais acertados mas, tão somente, porque a graciosidade de algo é inexplicável - imaginem o quão difícil é tentar explicar a alguém que nunca comeu chocolate o exacto sabor do mesmo.
Mesmo que o receio me retraia, só de pensar nos inúmeros pensadores e filósofos culturais que "churrilham" sobre o assunto, atrevo-me a pensar e mais do que isso, tenho a audácia de dizer que, o bom gosto da Divisão de Cultura da Câmara Municipal de Beja em trazer os "Modas à Margem do Tempo" a Beja, numa altura em que os eventos culturais de qualidade não abundam não foi mais do que dar pérolas a porcos (exceptuando com esta afirmação os poucos presentes no espectáculo que dali saíram com a real sensação de terem assistido a um espectáculo digno desse nome).
Acordem os que a dormir se encontram, assistam aos espectáculos, conheçam a realidade e depois, com as limitações que a região apresenta, com uma grande dose de responsabilidade e seriedade e igual quantidade de realismo e inteligência, discutam a Cultura. Que nasçam os pensadores e que se manifestem os filósofos pois aí sim, nestas condições as suas opiniões são válidas e mais do que isso, são necessárias. Até lá, todas essas opiniões profundas sobre cultura que por aí se proferem, sabe-se lá com que motivações, não valem rigorosamente nada a não ser converseta da moda sobre assuntos de circunstância.
Tenho dito.
PS1: Isto
PS2: parabéns aos elementos do "Modas à Margem do Tempo" que juntos nos premiaram com algo de muito agradável e saudável. Beja merece espectáculos assim.
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