terça-feira, maio 30, 2006

há coisas que não se fa...

Deixou de escrever. Não deixou de ler. Era lá que se refugiava. Nos livros e na espécie de filme que ia tecendo na sua cabeça e que, apenas divulgava algumas cenas para comentário, não fosse a história ter alguma incongruente passagem ou algum plano menos preciso. Não deixou de ler. Depois de passar anos a fio sem se debruçar sobre palavras de outros, tinha retomado agora o hábito. Achava despropositado perder a embalagem. Outra vez. Deixou de fumar. Voltou a fazê-lo uma semana mais tarde. Choveram criticas de quem sabia da falta ao prometido. Não tinha cumprido a palavra. Não respondeu para não ter que explicar o sucedido. Deixaria exclusivamente as causas para sua metragem e para uns poucos afortunados que a conheciam. Eram já muitos - achava. Voltou a desenhar umas palavras no papel mesmo que soubesse que não daria continuidade ao esboço. Fê-lo na mesma. Há coisas que não se fa... Foi silenciado com um beijo.