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Pior que a morte lenta. A auto-destruição apoderava-se dela como que se de uma nuvem carregada que paira no ar se tratasse. Não sabia a razão. Sabia que estava lá. Cada vez mais escura. Cada vez mais ameaçadora. Havia qualquer coisa de surreal na sua vida. Algo do qual sentia estar a fugir há anos. Uma luta. Uma correria interminável que a acompanhava desde que se lembra de ser gente. Foi a realidade que a fez acordar e perceber que tinha que deixar de brincar com as bonecas. Era uma mulher. À força. A brutalidade da situação não fez mais que começar a criar a nuvem - cada vez mais pesada e cinzenta. O quadro da sua vida é agora apenas colorido por algumas pinceladas cinzentas que adquiriam vivacidade na diferença de tonalidade. É essa que no fundo lhe difere os dias. A solidão do cinzento com a monotonia do cinza. A vida é-lhe irónica. Quanto melhor parecia estar. Mais vazia se sentia. O mundo que tinha a seus pés não era mais que... Nada. Nada. Apenas um amontoado de coisa nenhuma.
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