terça-feira, janeiro 29, 2008

o dia depois...



Era domingo, estava calor e não se queria levantar. Despida, deitada na cama, ainda conseguia sentir o cheiro do corpo dele. Tinha ficado entranhado nos lençois e teimava em não se dissipar no ar. Ainda bem que era assim. Parecia que estava agarrada áquele cheiro. O cheiro dos lençois amarrotados depois de uma noite de sexo que ainda sibilava no seu corpo. Ele tinha saído e, mais uma vez, fingiu estar a dormir. Não gostava de despedidas. Nunca sabia se devia dar um simples beijo na cara ou um quente e húmido beijo na boca. Parecia-lhe que soaria sempre mal. Um por indiferença o outro por compromisso. Nenhuma das situações lhe parecia adequada. Preferia desculpabilizar-se com um fictício estado de dormencia. Era mais fácil. E ela detestava tudo o que lhe dificultasse a vida. Ficou deitada. Quando se levantou já não era domingo.

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