sexta-feira, março 10, 2006

porquê

Sabia bem por que o fazia.
Havia quem achasse que era teimosia, quem pensasse que o fazia para ficar com os louros do primeiro lugar de um pódio criado apenas por ele, acreditava-se que o fazia esperando um agradecimento eterno, que ninguém estava predisposto a conceder. Trabalhava muito e, mesmo que não esperasse nada em troca, não lhe parecia de mais. Depois das sete, vestia a pior roupa que tinha e enfiava-se no meio do pó. Fazia o melhor que sabia e conseguia. Era muito.
Fazia-o por eles.
Desde o início, chatearam-se, fartaram-se, avançaram, acreditaram, recuaram, desmoralizaram, chegaram a sorrir no início mas depressa se aperceberam das adversidades. É tão difícil levar em frente um projecto a dois – chegara a pensar. Passou-lhe pela cabeça desistir – porque não. Era teimoso. Foi o que lhe valeu.
Estavam juntos e isso parecia-lhes o mais importante. Amam-se e isso chega para que enfrentem os problemas. Pelo menos acham que sim.
Talvez achem bem.

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