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Passeava-se pelas ruas com o pacote do vinho. Sim o pacote. Fazia parte da cidade. Confundia-se com ela. Nunca o vira mendigar. Andava por ali. Fora tão válido como os outros, ainda o seria. Baixou os braços. Sempre o conhecera assim. Dono de uma simpatia embriagada do vinho que os sóbrios colocam na comida. O pacote era a sua identidade. Ninguém lhe conhecia o nome mas todos o conheciam pelo “bêbedo que andava sempre com o pacote de vinho”. Não seremos todos assim? Vultos que se confundem com os lugares sem que ninguém saiba quem realmente são?
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